terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quando as máscaras caem. (Continuação do texto: Aconteceram coisas tristes, mas estou de volta)

Olhando pela janela do local que escrevo, observo à tarde que se vai. O céu está carregado de nuvens escuras, e avisa a minha mente consciente que o dia está acabando. Por entre algumas nuvens consigo enxergar os últimos raios de sol e vejo que por trás delas o céu está lindo, claro e até colorido, bem diferente do que consigo ver mais amplamente. Reporto-me aos últimos meses e consigo me lembrar dos momentos de angústia e tristeza que passei, dos momentos que me sentia sem chão e que parecia que tudo acabaria. Refiro-me aos momentos em que minha querida mãezinha estava hospitalizada. Nesse período aprendemos algumas lições que ficarão para o resto de nossas vidas, principalmente com aqueles que deveriam ajudar, mas que se eximiram disso. Preferiram continuar levando suas vidas da mesma forma que levavam antes. Tudo continuou igual, exceto porque algum dia da semana precisavam se deslocar a um hospital para visitar um familiar doente. Nunca se predispuseram a sair de suas zonas de conforto, nem para proferir uma oração ou palavras de carinho em benefício do enfermo.
Novamente olhando pela janela, observo o sol que se esconde por entre as nuvens e meu coração se alegra com algumas pessoas que o tempo inteiro ajudaram. Doaram seu tempo, carinho, palavras de esperança, ânimo e acima de tudo amor. Abandonaram o trabalho e a família para colocar em prática a bondade. Participaram dos momentos difíceis, como cirurgias, exames, curativos, sempre dando ânimo ao que estava sofrendo, como também estiveram presentes nos momentos de vitórias em que a esperança retornava aos nossos corações. 

 Conheci as mais diversas desculpas tais como o uso de subterfúgios para deixar toda responsabilidade sobre as costas de outros. Apesar de algumas serem cristãs, não demonstraram nenhuma vontade de ajudar, mesmo sendo o enfermo de sua própria família, numa atitude totalmente anticristã É lamentável, e serviu de aprendizado, passamos a conhecer mais essas pessoas. Nessas horas conhecemos a mentira, as lamúrias, as chantagens, a má vontade, e como consequência disso tudo, as máscaras caem. Conhecemos a todos, descobrimos os que estavam dispostos a ajudar e os que não quiseram ajudar na “cara dura”. Mas, o Senhor é fiel e a tudo viu e só a Ele cabe o julgamento. Gostaria de agradecer a todos os que ajudaram os que visitaram minha mãe no hospital, os que oraram por ela, os que de alguma forma a alegraram com sua presença. Sabemos que os horários eram restritos, mas mesmo assim os que a amavam verdadeiramente estavam sempre presentes, nos apoiando e falando palavras de carinho e afeto. Valeu! Obrigada mesmo! Que o Senhor os recompense com abundância de bênçãos.

“E, disse Jesus: encontrando-me enfermo e aprisionado, não fostes visitar-me, tive sede e não me destes de beber”. Mt 25.42-43. Isso é o que deve fazer o verdadeiro cristão. Visitar, ajudar, apoiar, orar, pois se assim não o fizermos, corremos o risco de ouvir: “Sendo assim esses irão para o sofrimento eterno, porém os justos para a vida eterna”. Mt 25-46.
Nesse exato momento, o sol se põe completamente, dando lugar à escuridão da noite, e peço ao Senhor que também cuide dos que se eximiram de toda e qualquer ajuda, mesmo podendo fazê-lo, pois só Ele poderá julgá-los. Tudo o que vivemos na vida serve de aprendizado, e em situações como essas é que vemos quem realmente tem valor como ser humano.
Que o Senhor nos abençoe a todos!
Honra e glória somente a ti, Senhor!

Um comentário:

Stylosophy | Lisi disse...

Que Deus restaure nossos corações, mesmo que fiquem cheios de ranhuras, mas o aprendizado ninguém pode tirar.

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