Olhando pela janela do local
que escrevo, observo à tarde que se vai. O céu está carregado de nuvens escuras,
e avisa a minha mente consciente que o dia está acabando. Por entre algumas
nuvens consigo enxergar os últimos raios de sol e vejo que por trás delas o céu
está lindo, claro e até colorido, bem diferente do que consigo ver mais
amplamente. Reporto-me aos últimos meses e consigo me lembrar dos momentos de
angústia e tristeza que passei, dos momentos que me sentia sem chão e que
parecia que tudo acabaria. Refiro-me aos momentos em que minha querida mãezinha
estava hospitalizada. Nesse período aprendemos algumas lições que ficarão para
o resto de nossas vidas, principalmente com aqueles que deveriam ajudar, mas
que se eximiram disso. Preferiram continuar levando suas vidas da mesma forma
que levavam antes. Tudo continuou igual, exceto porque algum dia da semana
precisavam se deslocar a um hospital para visitar um familiar doente. Nunca se
predispuseram a sair de suas zonas de conforto, nem para proferir uma oração ou
palavras de carinho em benefício do enfermo.
Novamente
olhando pela janela, observo o sol que se esconde por entre as nuvens e meu
coração se alegra com algumas pessoas que o tempo inteiro ajudaram. Doaram seu
tempo, carinho, palavras de esperança, ânimo e acima de tudo amor. Abandonaram
o trabalho e a família para colocar em prática a bondade. Participaram dos
momentos difíceis, como cirurgias, exames, curativos, sempre dando ânimo ao que
estava sofrendo, como também estiveram presentes nos momentos de vitórias em
que a esperança retornava aos nossos corações.
Conheci as mais diversas desculpas tais como o
uso de subterfúgios para deixar toda responsabilidade sobre as costas de
outros. Apesar de algumas serem cristãs, não demonstraram nenhuma vontade de
ajudar, mesmo sendo o enfermo de sua própria família, numa atitude totalmente
anticristã É lamentável, e serviu de aprendizado, passamos a conhecer mais
essas pessoas. Nessas horas conhecemos a mentira, as lamúrias, as chantagens, a
má vontade, e como consequência disso tudo, as máscaras caem. Conhecemos a
todos, descobrimos os que estavam dispostos a ajudar e os que não quiseram
ajudar na “cara dura”. Mas, o Senhor é fiel e a tudo viu e só a Ele cabe o
julgamento. Gostaria de agradecer a todos os que ajudaram os que visitaram
minha mãe no hospital, os que oraram por ela, os que de alguma forma a
alegraram com sua presença. Sabemos que os horários eram restritos, mas mesmo
assim os que a amavam verdadeiramente estavam sempre presentes, nos apoiando e
falando palavras de carinho e afeto. Valeu! Obrigada mesmo! Que o Senhor os
recompense com abundância de bênçãos.
“E,
disse Jesus: encontrando-me enfermo e aprisionado, não fostes visitar-me, tive
sede e não me destes de beber”. Mt
25.42-43. Isso é o que deve fazer o verdadeiro cristão.
Visitar, ajudar, apoiar, orar, pois se assim não o fizermos, corremos o risco
de ouvir: “Sendo assim esses irão para o
sofrimento eterno, porém os justos para a
vida eterna”. Mt 25-46.
Nesse
exato momento, o sol se põe completamente, dando lugar à escuridão da noite, e
peço ao Senhor que também cuide dos que se eximiram de toda e qualquer ajuda,
mesmo podendo fazê-lo, pois só Ele poderá julgá-los. Tudo o que vivemos na vida
serve de aprendizado, e em situações como essas é que vemos quem realmente tem
valor como ser humano.
Que
o Senhor nos abençoe a todos!
Honra
e glória somente a ti, Senhor!
Um comentário:
Que Deus restaure nossos corações, mesmo que fiquem cheios de ranhuras, mas o aprendizado ninguém pode tirar.
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