No Evangelho de Mateus Jesus compara o Reino dos céus a
um homem que ao viajar confiou bens a seus servos. A um entregou cinco talentos
que equivale a trinta e cinco quilos de pura prata e a seis mil dias de
trabalho de um soldado romano. A outro deu dois talentos e a outro um. Quando
retornou exigiu que eles lhes prestassem contas do dinheiro que lhes fora
confiado.
O
primeiro ganhou mais cinco talentos, o segundo mais dois e o terceiro, entregou
apenas a moeda que antes recebera. Ao saber que os dois primeiros haviam
multiplicado seu dinheiro o homem disse: “Muito
bem, servo bom e fiel! Foste fiel no pouco, muito confiarei em tuas mãos para
administrar. Entra e participa da alegria de teu Senhor!” Mt 25-23.
Percebamos
que esse Senhor disse: “Servo bom e fiel”, ele estava preocupado com a bondade
e a fidelidade desse servo a ele, e não com a multiplicação do dinheiro. Para o
segundo disse a mesma coisa. E, para o terceiro disse: “Servo mau e negligente!
Sabias que colho onde não plantei e ajunto onde não semeio? Deverias ter
investido o meu dinheiro”. Dessa forma tirou a moeda das mãos do servo
negligente e deu a quem tinha investido o dinheiro dizendo: “Pois quem tem mais, mais lhe será confiado,
e possuirá em abundância. Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado”. Mt 25.29.
Conosco é a mesma coisa. Quando recebemos talentos de
Deus, e aqui estamos falando de dons e não de dinheiro, o uso desses talentos é
uma conseqüência natural na vida diária de quem já foi contemplado, aceitou a
fé em Jesus e agora vive a alegria da salvação, mesmo que em meio aos
sofrimentos deste mundo.
O Senhor cobrará de nós
todos os talentos que d’Ele recebermos quando chegar à hora. Precisamos
colocá-los em prática para que eles se multipliquem, transformem as nossas
vidas e a das outras pessoas. Essa prática nos prepara para receber mais
abundantemente do Espírito Santo.
Os dons que recebemos geram
mais amor, mais fé, mais o caráter de Deus e obedecê-Lo produz uma fonte de ações
virtuosas que influenciará a todos. Devemos nos lembrar sempre que em nenhum
momento o Senhor dos servos, se preocupou com a riqueza propriamente dita, e
sim com a obediência, a bondade de coração e a fidelidade de seus servos a ele.
A história termina com o
Senhor expulsando o servo negligente de sua presença dizendo: “Quanto ao servo inútil, lançai-o para fora,
às trevas. Ali haverá muito pranto e ranger de dentes”. Mt 25-30.
Que o Senhor nos conceda a
capacidade de exercermos e multiplicarmos todos os talentos que Ele, por sua
infinita misericórdia nos concede diariamente, para que nenhum deles não nos
seja tirado e para que não sejamos excluídos de Sua presença.
Honra e glória somente a ti,
Senhor!
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