Dia desses, numa dessas
manhãs super quentes de Brasília, assisti uma cena que me chamou a atenção. Eu
passava por um cruzamento bem movimentado, e parada em uma sinaleira observava,
primeiro a bela manhã que Deus estava me proporcionando, depois as árvores ao
redor do local, as plantas, pássaros e também as muitas nuvens que se formavam
prenunciando um baita temporal, típico da época que estamos vivendo na região
Centro Oeste.
Em seguida, observei uma senhora e o cuidado com que
arrumava alguns produtos pra venda na sinaleira. Água mineral, salgadinhos e
havia mais alguma coisa que não pude ver muito bem. Mas, um detalhe me chamou a
atenção. Ela arrumava tudo com tanto cuidado, perto dela, tinha uma cadeira
velha quebrada, onde ela colocava as coisas, latas, marmita com almoço, copo de
lata, objetos que nós jamais nos importaríamos. Em seguida ela saiu para a
venda. Deixou seus pertences no local e saiu para longe deles. Ela olhava toda
hora para os seus objetos, talvez com medo de que alguém mexesse. Para ela eram
tesouros. Ela precisava de tudo. A cadeira quebrada para colocar os artigos
para a venda. Do copo de lata para poder toma água e matar a sua sede. Da
marmita com seu alimento, pois já estava quase na hora do almoço. Como já disse
acima, objetos que não daríamos o mínimo valor, mas que para aquela senhora significava
a manutenção de sua própria vida.
Fiquei super pensativa com
tudo o que vi. Hoje, troca-se o celular todo ano, isso se não for de seis em
seis meses. Quando a tecnologia muda, os maníacos por apetrechos caros, logo
pensam em trocar o seu “velho”, por um mais “moderno”. E, o pior, tenha
dinheiro ou não. Endividam-se por qualquer tecnologia nova. Viciam-se em
celulares, tablets novos, TVs imensas e caríssimas, computadores de última
geração, tudo em nome de ter algo mais moderno, e muitas vezes só porque o
amigo ou o vizinho tem. Isso sem falar em outras coisas, como roupas, calçados,
eletrodomésticos, etc.
O que mais me chamou a
atenção naquela senhora trabalhadora de “carro em carro”, de “sol a sol”, foi o
cuidado com seus objetos, tão simples, que provavelmente ninguém olharia. Mas,
era tudo o que ela tinha. E, o mais bonito, ela tinha um semblante tranquilo,
alegre, mesmo tendo que trabalhar tão duro, debaixo de um sol causticante e de
uma seca impiedosa. “E disse o Senhor, o
Deus de Israel: Os humildes herdarão a terra e se deleitarão na plenitude da
paz”. Sl 37-1. Os mais abastados
por muito pouco reclamam da vida o tempo inteiro, reclamam de tudo, sem nenhuma
necessidade para murmuração. “E, disse
Jesus: Bem-aventurados os humildes, porque herdarão a terra”. Mt. 5-5.
Infelizmente os valores
estão trocados. Ninguém mais valoriza o que deve ser realmente valorizado. O
ter sempre vem antes do ser.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós, e nos ajude a que
possamos também herdar a terra e nos deleitarmos na plenitude da paz.
Honra e glória somente a ti, Senhor!
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