quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Faça o que eu digo e também o que eu faço.


Um dia desses, lendo o livro de Natalie Goldberg, “Escrevendo com a alma”, um texto me chamou a atenção. Ela discutia com uma amiga, também escritora, sobre “o abismo que existe entre o grande amor que sentimos pelo mundo quando sentamos e escrevemos sobre ele e o desprezo que lhe dispensamos no âmbito de nossa própria vida humana.” (Goldberg, p.139). Citou também Hemingway, que escrevia sobre a enorme paciência de Santiago em seu barco de pesca, mas, assim que punha o pé fora do escritório, maltratava a esposa e enchia a cara. (Goldberg, p.139).
A escritora diz “que precisamos começar a unir esses dois mundos. A arte é o ato da não agressão. Devemos vivenciar essa arte na nossa vida cotidiana”. Outro trecho do livro diz: “Nosso objetivo é ter uma consideração gentil por todos os seres sencientes, a todo o momento, para todo o sempre”. “O mesmo não significa produzir um lindo poema no papel e depois maldizer a vida, reclamar do carro e fechar outro motorista na via expressa”. (Goldberg, p.140).

O que isso tem a ver com os cristãos? Contextualizando para o mundo cristão o que foi dito no texto citado, chegamos à conclusão que: sentimos um amor enorme por Deus, Àquele que nos sustenta, nos ajuda, abençoa e está presente, mas o tratamos como se Ele fosse nosso servo e não ao contrário. A partir do momento que não temos essa ajuda, achamos que Deus falhou conosco e não mais o valorizamos tanto quanto deveríamos. O mesmo acontece com nossos familiares. Por exemplo: quando nosso marido passa por qualquer dificuldade financeira e não nos dá mais o que achamos que merecemos, passamos a achar que nosso casamento está fracassando, pois ele o marido, é “mão fechada” ou que não nos ama mais. Enfim, só valorizamos alguma coisa quando elas nos são úteis. É uma situação de barganha “te dou isso em troca daquilo”. Podemos até agir assim com nossos familiares, mas nunca com Deus. Devemos amá-lo pelo que Ele é não pelo que recebemos d’Ele. Até porque tudo o que temos e somos vem de Deus.
Discursamos muito sobre as coisas certas, valores que devemos respeitar que devemos seguir a Palavra de Deus, etc., quando na verdade, não agimos como verdadeiros cristãos. Achamos a Palavra de Deus maravilhosa, correta, pregamos isso a muitos, porém nossas atitudes não condizem com o que pregamos. Parece tudo “da boca pra fora”. Não cuidamos direito da saúde, às vezes mentimos dizendo que nossos filhos não estão em casa, quando realmente estão, ou não abrimos a porta para um mendigo esfomeado que bate à porta de nossa casa, enfim, eu poderia preencher várias páginas com outras ações que desagradam a Deus. Até com relação ao planeta, como cita a autora do livro, existe um abismo enorme entre o que pregamos e o que fazemos por ele. Senão mudarmos, o que sobrará para as gerações futuras? 
Com relação à Hemingway, o que foi dito, nos mostra como podemos ser tranquilos com algumas situações confortáveis para nós, e em contrapartida como podemos ser malvados com nosso próximo e ao mesmo tempo termos ares de boa gente. E a nossa consciência como é que fica? Devemos agir com transparência, em consonância com aquilo que pregamos. Não podemos pregar Jesus, e depois dizermos palavras grosseiras a um motorista que nos fecha no trânsito, ou não ajudando ao nosso próximo que está necessitado. Ou de repente, sermos flagrados maldizendo alguém ou falando mal de outros. Temos que tentar diminuir cada vez mais esse abismo entre aquilo que pregamos e o que fazemos. Não é fácil de imediato, mas é nosso dever tentar todos os dias. É preciso que vejam Jesus em nós. Está cada vez mais difícil conduzir uma ovelha de volta ao aprisco, ou tentar levar os bodes para dentro do aprisco. A condução de bodes para dentro do aprisco, para posterior transformação e novo nascimento, não é tarefa fácil e se torna muito mais difícil quando não damos o exemplo, ou seja, quando não agimos de acordo com o que pregamos.
O mundo jaz no maligno. E ele está disposto a qualquer coisa para levar todas as ovelhas do Senhor para o seu lado. Quanto mais, melhor.

O final dos tempos está chegando. E temos que escolher para onde queremos ir, para o descanso eterno com Jesus ou para o lago de fogo e de enxofre com o maligno? A escolha é nossa. Ainda temos tempo de realmente fazer jus ao nosso novo nascimento com Jesus. Vai depender de nossa fé, pois tudo é possível ao que crê. Se você crê, você pode ser curado, e transformado. “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a Nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.” Ap 3-12.
            Honra e glória somente a ti, Senhor!






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